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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Qual a diferença do lixo atual para o lixo de antes da revolução industrial?

Um dos principais problemas encontrados nas cidades, especialmente nas grandes é o lixo sólido, resultado de uma sociedade que a cada dia consome mais.
Esse processo decorre da acumulação dos dejetos que nem sempre possui um lugar e um tratamento adequado. Isso tende a aumentar, uma vez que a população aumenta e gera elevação no consumo, e consumo significa lixo.

Para ter uma noção mais ampla do problema tomemos a cidade de São Paulo como exemplo, em média cada pessoa produz diariamente entre 800 g a 1 kg de lixo diariamente, ou de 4 a 6 litros de dejetos, por dia são gerados 15.000 toneladas de lixo, isso corresponde a 3.750 caminhões carregados diariamente. Em um ano esses caminhões enfileirados cobririam o trajeto entre a cidade de São Paulo e Nova Iorque, ida e volta.

A questão do lixo está diretamente ligada ao modelo de desenvolvimento que vivemos, vinculada ao incentivo do consumo, pois muitas vezes adquirimos coisas que não são necessárias, e tudo que consumimos produzem impactos. Há aproximadamente 40 anos a quantidade de lixo gerada era muito inferior à atual, hoje a população aumentou, a globalização se encontra em um estágio avançado, além disso, as inovações tecnológicas no seguimento dos meios de comunicação (rádio, televisão, internet, celular etc.) facilitaram a dispersão de mercadorias em nível mundial.

Antes do processo da Primeira Revolução Industrial o lixo produzido nas residências era composto basicamente de matéria orgânica, dessa forma era fácil eliminá-los, bastava enterrar, além disso, as cidades eram menores e o número da população restrita.

Mais tarde com o crescimento em escala mundial da industrialização, acelerado aumento da população e dos centros urbanos, que ocorreu principalmente na segunda metade do século XX, desencadeou um aumento significativo na quantidade de lixo e variedades em suas composições. Atualmente quando compramos algo no supermercado o lixo não é apenas gerado pelo produto em si, pois existe a etapa de produção (cultivo, extração de minérios, transporte, energia) e depois para o consumidor final tem a sacola e o cupom fiscal.

Nas cidades que contam com serviços de coleta do lixo esse é armazenado em dois tipos de “depósitos”: os lixões nos quais os dejetos ficam expostos a céu aberto e os aterros sanitários onde o lixo é enterrado e compactado.
Os lugares que abrigam os depósitos de lixo geralmente estão localizados em áreas afastadas das partes centrais do município.

É comum em bairros não assistidos pelo serviço de coleta de lixo que o depósito dos lixos seja em locais impróprios, como encostas, rios e córregos.
A população desses bairros negligencia os sérios danos que tais ações podem causar à biodiversidade e ao homem, diante disso destaca-se: dispersão de insetos e pequenos animais (moscas, baratas, ratos), hospedeiros de doenças como dengue, leptospirose e a peste bubônica.
O lixo acumulado produz um líquido denominado de chorume, esse possui coloração escura com cheiro desagradável, a substância gerada atinge as águas subterrâneas (aqüífero, lençol freático), além disso, existe a contaminação dos solos e das pessoas que mantêm contato com os detritos, deslizamentos de encostas, assoreamento de mananciais, enchentes e estrago na paisagem.

Os lixões retratam além dos problemas ambientais os sociais, a parcela da sociedade excluída que busca nesses locais materiais para vender (papéis, plásticos, latas entre outros), às vezes as pessoas buscam também alimentos, ou melhor, restos para o seu consumo, muitas vezes estragados e contaminados, demonstrando o ápice da degradação humana.
Michelly -7º ano A



O lixo é decorrência da atividade humana, visto que em processos da própria natureza toda sobra ou resíduo será reaproveitada. Por exemplo, quando alguma planta resseca e morre, cai sobre o solo e se torna “adubo” para a terra, se reintegrando a um novo processo. Alguns pássaros, quando se alimentam do fruto das plantas
e árvores espalham as sementes (seus resíduos) e com isso ajudam a disseminar a espécie. E esse processo também é feito por outros animais. O ser humano produz resíduos desde o início de sua história. Na pré-história, o homem era um ser nômade e a sua sobrevivência provinha totalmente da natureza.Alimentava-se da caça, da pesca e dos vegetais encontrados, assim, o que restava de sua alimentação eram as ossadas, as peles e os restos vegetais, que eram abandonados pelo caminho, no solo, e retornavam ao ciclo natural. A característica nômade do homem é muito importante e deve ser considerada, visto que, por isso, seus resíduos não ficavam acumulados em um só lugar, eram espalhados por diversas áreas. À medida que o homem foi evoluindo, formaram-se grupos sociais que se fixaram em certos lugares, e mais tarde estabeleceram as comunidades, surgindo então as cidades. Quando se fixou, o homem deixou de ser nômade e não se mudou mais. A população foi crescendo e com isso os resíduos produzidos por esta nova sociedade
aumentaram e se acumularam em certo espaço, que a partir de determinado tempo passou a ficar saturado.
Junto com a evolução da sociedade humana veio a evolução da indústria, com seu ápice na Revolução Industrial, por volta do século XVIII. A partir desta, o homem passou a consumir produtos industrializados e artificiais. Houve um aumento da facilidade de consumo – mais produtos disponíveis a preços mais baixos – que contribuiu para o surgimento do desperdício. Andando um pouco mais adiante, na linha do tempo da Revolução Industrial, houve o aparecimento dos materiais sintéticos substituindo o uso de matérias-primas naturais. 

O destino do lixo

Os polímeros sintéticos, como plástico, por exemplo, foram uma das maiores descobertas da indústria, ao mesmo tempo em que uma das mais traiçoeiras. Com a utilização deste novo material, a sociedade passou a ser regrada pela lei do descartável, possibilitando a fabricação de inúmeros produtos. Muitos dos produtos que antigamente eram feitos para durarem para sempre, tiveram, nos dias atuais, sua vida útil muito encurtada. Hoje em dia, vivemos em uma sociedade extremamente consumista e despreocupada. A todo o momento, somos “bombardeados” por inúmeros objetos e produtos, mesmo sem nos darmos conta. As pessoas são incentivadas a comprarem um produto novo (desfazendo-se do velho ou quebrado) e não mais a consertarem o antigo. À medida que compramos e consumimos mais, estamos estimulando essa
grande indústria que move o mundo atual. Somos responsáveis, de certa forma, por tudo isso. Porém o que queremos demonstrar é que não há problema em consumir produtos industrializados ou feitos em plástico, mas que devemos estar cientes sobre a sua destinação correta e sobre como evitar o aumento do volume dos
resíduos. Antes, porém, precisamos entender que processos ou destinações o lixo que abandonamos percorre. Na verdade, consideraremos estes processos como sendo medidas de último caso, quando não há mais o que ser feito com o material. Existem diversos tipos de destino para os resíduos e faremos uma análise sobre cada um deles. São eles:
- Os lixões são a maior ameaça às populações de baixa renda, já que estão localizados nas periferias, perto de áreas pobres. O lixo é depositado deliberadamente a céu aberto e não recebe nenhuma forma de tratamento. Com isso, há liberação de gás metano (gás oriundo da decomposição de matérias orgânicas,
extremamente poluente e tóxico) e chorume (líquido de cor negra que se forma no lixo pelo acúmulo de água, no caso, decorrente das chuvas, e provocador do mau cheiro). Ambos, gás metano e o chorume, são extremamente poluentes e tóxicos, o primeiro polui o ar e o segundo representa forte ameaça aos lençóis freáticos e rios. Além de gerar poluentes, o lixão atrai uma série de animais vetores, como ratos, baratas e
outros insetos, responsáveis pela transmissão de diversas doenças graves. Mas há ainda, um
problema muito mais sério a respeito dos lixões. Muitas famílias encontram neles, o seu sustento – vivem de catar restos de materiais (para serem revendidos, como por exemplo, latas de alumínio que podem ser revendidas para as recicladoras) e até mesmo restos de comidas para se alimentarem.- O aterro controlado foi criado em vias de amenizar os problemas oriundos dos lixões. Pode ser considerado como uma espécie de “lixão controlado”, já que o lixo é depositado e acumulado sem receber nenhum tipo de tratamento anterior e à medida que vão se formando camadas de lixo, estas são intercaladas por uma camada de terra que diminui o mau cheiro e a presença de animais. Porém esta medida não impede que haja contaminação do solo e dos lençóis freáticos e nem a liberação do gás metano.
- A incineração é uma medida tomada que visa reduzir o volume e peso do lixo, transformando-o em cinzas. Não é aconselhável porque há emissão de dióxido de carbono e liberação de substâncias tóxicas que, se não controladas, causam problemas sérios à saúde.
- O aterro sanitário é a mais nova tecnologia para destinação do lixo. Consiste em uma área especialmente preparada para receber o lixo. Recebe alto investimento com relação à infra-estrutura – seu solo é inteiramente impermeabilizado, o que evita que o chorume contamine o subsolo. O chorume e o gás metano passam por um sistema de canalização onde são tratados e reaproveitados como geradores de
energia (a própria energia do gás metano é utilizada para a vaporização do chorume). O material depositado passa por uma triagem mecanizada para a retirada de materiais recicláveis e a cada camada é recoberto por uma outra camada de terra. Neste local não há catadores de lixo, nem animais vetores. No Rio de Janeiro, temos um aterro controlado localizado no município de Nova Iguaçu, considerado um dos melhores do mundo. 
Para termos uma idéia da disposição final do lixo nos municípios brasileiros, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – divulgou em 1991, a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB – em que apresenta a divisão dos resíduos: 76% nos lixões, 13% em aterros controlados, 10% em aterros sanitários e somente 1% passam por algum tratamento do tipo reciclagem ou compostagem.A destinação incorreta do lixo, principalmente das grandes cidades gera diversos problemas sociais, ambientais e econômicos. Para citar alguns deles temos as doenças (os depósitos de lixo atraem milhares de animais e insetos transmissores de doenças graves e letais), os catadores que reviram os lixos à procura de objetos de valor e alimentos correndo riscos de acidentes e tendo sua saúde ameaçada, a poluição do solo, do lençol freático e do ar pelo chorume e gás metano produzidos. Além do gasto que o governo tem ao investir na correção destes problemas que poderiam ser minimizados se houvesse uma conscientização geral para se produzir
menos lixo e reciclar mais materiais e também investir na construção de novas áreas que suportem o armazenamento deste material. Assim sendo, existem algumas pequenas ações que podem ajudar a minimizar o grande problema do lixo urbano. É necessário tomarmos medidas de conscientização da população. Para isso, podemos fazer uso dos simples e famosos 3 Rs: reduzir, reutilizar e reciclar. Eles representam uma pequena mudança de atitude, porém com reflexos enormes contribuem para a sustentabilidade ambiental, pois economizam energia, recursos naturais e a quantidade de lixo a ser aterrado. Os 3 Rs fazem
referência a uma nova forma de consumo, o consumo consciente, são eles: 
Reduzir: é o consumir menos e saber o que se está consumindo. Comprar produtos com menos embalagens, com durabilidade maior e usar racionalmente os materiais naturais. Por exemplo, existem produtos que são
os mesmos, só que dispostos em diversos tamanhos de embalagens. 
Reutilizar: é dar um novo uso ao material. Algo que servia para certa finalidade e agora pode ser usado com outro fim. Exemplo disso são os “famosos” potes de sorvete. Quando o sorvete acaba, o pote pode ser reutilizado para se guardar outras coisas, desde comidas a objetos.
Reciclagem: é o último R. É o reaproveitamento do material quanto a matéria-prima. Ele vai passar por uma alteração de sua estrutura química e/ou física. Quando se trata de reciclagem, o assunto se estende. Existem duas maneiras de reciclar: uma é a artesanal e a outra, industrial. De forma artesanal é possível reciclar materiais orgânicos, como os restos de comida, através da compostagem  (processo em que o produto final é o adubo para as plantas) ou reciclar papel (processo trabalhoso, mas muito simples). De forma industrial, existe a reciclagem do vidro, do metal, do plástico e do papel.Finalmente, como designers, nos tornamos um dos principais elementos para a mudança de atitude em relação ao acúmulo dos resíduos, somos nós que desenvolvemos a maior parte dos produtos que acabam indo parar em lixões, aterros ou que recebem qualquer outra destinação. Seja qual for o produto criado, com uma finalidade certa, é nosso dever estarmos conscientes de sua “pós-vida”. Ou seja, para onde ele irá depois que sua função inicial se extinguir; se será reaproveitado, reutilizado ou simplesmente irá parar em algum lixão. Percebemos que o maior desafio dos profissionais de design do século XXI é se responsabilizar em evitar ou minimizar os impactos que os produtos geram no meio ambiente – tornando-se esta não só uma demanda, como também uma oportunidade de projeto. Por isso, surgem, cada vez mais, as empresas focadas no Ecodesign, que é justamente todo o processo que contemple os aspectos ambientais em
todos os seus estágios de desenvolvimento e criação de um produto. Dessa forma,
colaboram para reduzir o impacto ambiental ao longo do ciclo de vida do produto
– o que significa reduzir a geração de lixo e economizar custos de produção – uma
vantagem não só para o meio ambiente, como para a empresa também.
Segundo Fiksel (Fiksel, Joseph – Design for environment: creating eco-efficient
products and processes – 1996), a definição ecodesign propõe que um produto
para o meio ambiente é a consideração sistemática do desempenho do projeto,
respeitando os objetivos ambientais, de saúde e segurança, ao longo de todo ciclo
de vida de um produto ou processo, tornando-os ecoeficientes – termo que sugere
uma importante ligação entre a eficiência dos recursos (que leva à produtividade e
lucratividade) e responsabilidade ambiental.
A Suzano, por exemplo, é uma empresa do setor de papel e celulose que promove
um clima de consciência ecológica e desenvolve um programa de sivicultura baseado na filosofia de preservação da natureza. O plantio do eucalipto utilizado pela
Suzano na fabricação de seu papel é feito sob severas regras e constantes pesquisas para reduzir os impactos no meio ambiente. O papel produzido agora é retirado
de uma floresta que foi plantada há 7 anos. Exemplo do respeito com a natureza
pela Suzano é o primeiro papel offset 100% reciclado produzido em escala industrial no Brasil, o Reciclato, constituído por 75% de material reciclado dentro da
própria fabrica e 25% de material proveniente da coleta urbana.

João Lucas - 7º A


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